O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) lançou esta semana mais um relatório que aponta para a necessidade de mudanças imediatas, no sentido da redução das emissões de gases com efeito de estufa, de forma a garantir um futuro habitável para todos.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, descreveu o relatório como um “guia de como desarmar a bomba-relógio climática”.

Para António Guterres a ação climática é necessária em todas as frentes e por isso propõe ao grupo das economias mais desenvolvidas, G20, um “Pacto de Solidariedade Climática”. António Guterres sugere que os grandes emissores desenvolvam esforços adicionais para cortar emissões.

O relatório foi apresentado em Interlaken, Suíça, na segunda-feira após sessões em que os cientistas avaliaram que as perdas e danos “estão a atingir os mais vulneráveis e os ecossistemas de forma particularmente difícil".

O documento confirma que a temperatura global está 1,1º C acima dos níveis pré-industriais, como efeito de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como por causa do uso desigual e insustentável de energia e da terra.

A situação gerou “eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, com impactos cada vez mais perigosos na natureza e nas pessoas em todas as regiões do mundo”.

O documento destaca que esses riscos, associados a outros eventos, como pandemias ou conflitos, tornam-se ainda mais difíceis de administrar. Os cientistas defendem por isso que a redução das emissões deve ser imediata.

O presidente do IPCC, Hoesung Lee, sublinhou a urgência de avançar com medidas mais ambiciosas e acredita ainda que “com uma ação imediata ainda é possível garantir um futuro sustentável habitável para todos”.