O estudo “Limites Ecológicos: O Impacto Intergeracional do Uso de Recursos Naturais”, divulgado pelo Instituto Superior Técnico no dia 1 de Dezembro, revela que, enquanto país, já ultrapassámos todos os limites ambientais. Estes limites referem-se à produção de resíduos, à emissão de gases com efeito de estufa, à poluição do ar e da água, à pressão nos ecossistemas e ao consumo de água.
O objectivo da investigação foi calcular o impacto que a utilização de recursos naturais feita pelas diferentes gerações terá no futuro e o encargo que deixa às gerações vindouras. O estudo concluiu que a forma como as gerações passadas utilizaram os recursos do Planeta, principalmente no que toca à poluição da água e à pressão sobre os ecossistemas, tem um impacto muito significativo nas alterações climáticas.
O estudo teve em conta seis gerações, do século passado ao presente, e sete categorias de impacto ambiental. Os limites foram baseados em dados oficiais e nas metas do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Os investigadores concluíram que todas as gerações até 2000 excederam os limites ecológicos em alguma das categorias e que o ponto alto de impacto ambiental de cada nova geração acontece cada vez mais cedo.
As gerações mais velhas foram as promotoras de políticas que ajudam a reverter a situação, que começaram a ser implementadas a partir dos anos 90. Entre estas políticas destacam-se o gás natural, as alternativas eléctricas mais eficientes – como as lâmpadas LED – a sensibilização para a temática ambiental e a melhoria dos sistemas de gestão e valorização de resíduos.
Estas conclusões significam que tanto as gerações actuais como futuras precisam de emitir metade dos gases com efeito de estufa que as gerações anteriores e que as boas práticas ambientais têm que continuar a crescer e a ser valorizadas.
O estudo “Limites Ecológicos: O Impacto Intergeracional do Uso de Recursos Naturais” foi coordenado por Tiago Domingos e Ricardo da Silva Vieira, do Instituto Superior Técnico, desenvolvido pelo Maretec, centro de investigação do IST e realizado no âmbito do projecto dedicado à Justiça Intergeracional, do Fórum Gulbenkian Futuro.
